quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
A mão erguida
Era apenas uma discussão irresponsável e sem pretensão nenhuma, (moradia do dissimulado perigo). Então o estágio avança a ponto de os insultos e gritos presos naquele emaranhado de raiva, desprezo e outros cruéis sentimentos despertar a curiosidade dos vizinhos de rua, é dado o momento em que a senhora que beira os cinquenta anos, na sua, somente sua verdade, levanta se do sofá e a beira duma quase loucura travada naquela agora guerra, afrontou com suas injúrias a fronte oriunda, como se estivessem numa busca por definir, através destes ultrajes quem era a maior, melhor nesta ridícula competição.
Eis então o momento, em que aquele pequeno ser, de apenas cinco anos, munido apenas do amamento artificial do leite, se faz presente, da unica e notável maneira que se sabe fazer, junta se aos gritos, os apelos do pequeno que derrama lágrimas pela oriunda sua mãe.
No apogeu das ofensas, a mão é erguida e o tapa delatado e o tempo enraizado na memória do pequeno, entra em cena então, uma terceira personagem, aquela que testemunhou a cena bem de perto, sem nada fazer, quando na verdade, borbulhavam lhe os sentimentos pelas entranhas...Não sei se ela vive para fora ou para dentro, ainda fico aqui, parada pensando, escrevendo, o que se passa com ela. Mas no foco, a mão lançada sobre a face oriunda, reverte com outra mão, e o que de início foi um desentendimento, agora já não o é...
...E quando as coisas saem do controle, também saem de cenas as duas personagens passivas, talvez na ação...Enfim, vão até a praça, e aquela que pelos anos vividos, compreende o sentimento do pequeno, distrai o com sorrisos e histórias, que o atentam por alguns minutos...Juntos ali, eles avistam o carros ao longe, e entre um abraço e outro, carros mais próximos...Os minutos passam e aquela angústia permanece...
O que é esperado por aquela mão que se ergueu?
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